Resenha - Moonlight: Sob a Luz do Luar
Moonlight: Sob a Luz do Luar, dirigido por Barry Jenkins, é um filme sobre crescer em um mundo que te impede de ser quem você é. A história acompanha três fases da vida de Chiron, um garoto negro que vive em um bairro pobre de Miami. Desde pequeno, ele sofre com o bullying e a exclusão por ser diferente, e dentro de casa enfrenta a dependência química da mãe. O silêncio vira sua forma de se proteger, até que conhece Juan, que o acolhe e o ensina a se impor, algo difícil em um ambiente que não permite fragilidade.
Conforme Chiron cresce, começa a entender mais sobre si e sobre como a sociedade rejeita o que ele é. Ele se descobre gay, mas precisa esconder isso para sobreviver, tentando se encaixar em um padrão de masculinidade que não o representa. Moonlight mostra como o contexto social molda a identidade de um homem preto gay e como, em lugares onde ser "duro" é quase obrigatório, qualquer sinal de vulnerabilidade é visto como fraqueza. Barry Jenkins retrata isso com delicadeza, deixando o peso nas pausas, nos gestos e nos olhares, e fazendo pensar que a grande maioria de nós, homens, vamos morrer sem nos conhecer de verdade, sem permitir sentir, amar e viver plenamente como poderíamos.
No fim, o filme não é só sobre dor, mas também sobre aceitação. O reencontro de Chiron com seu amigo de infância é um dos momentos mais emocionantes, porque mostra que, mesmo quando o mundo tenta calar quem você é, ainda há beleza em ser visto de verdade. Moonlight: Sob a Luz do Luar é um filme necessário, que fala sobre masculinidade, afeto e vulnerabilidade e sobre o preço de crescer em uma sociedade que ensina os homens a se esconderem de si mesmos.